Saúde
Câncer de útero: saiba quais são os tipos da doença e como prevenir
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“O câncer de colo de útero, relacionado ao papilomavírus humano (HPV), que é um vírus sexualmente transmitido, é mais frequente e é uma verdadeira tragédia social, pois significa falha no rastreio de lesões pré-malignas que podem ser diagnosticadas por meio do exame preventivo com o ginecologista. Mas quando falamos em termos de tumores malignos que atingem o corpo de útero, o câncer de endométrio é o mais comum, causado pelo excesso de estrogênio, hormônio feminino, e com fatores de risco como a obesidade”, esclarece a oncologista clínica do Grupo Oncoclínicas Natália Nunes.
De acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), o tumor de colo do útero atinge mais de 16 mil mulheres no Brasil por ano, o que já faz dele o terceiro tipo de câncer mais comum entre a população feminina. Segundo o Ministério da Saúde, 75% das brasileiras sexualmente ativas entrarão em contato com o HPV ao longo da vida, sendo que o ápice da transmissão do vírus se dá na faixa dos 25 anos. Após o contágio, ao menos 5% delas irá desenvolver câncer de colo do útero em um prazo de dois a dez anos.
Em relação ao câncer de corpo uterino, no Brasil, estima-se 6.540 casos novos em mulheres. Sem considerar os tumores de pele não melanoma, o câncer do corpo do útero ocupa a oitava posição mais frequente no país. Quanto à distribuição geográfica, na Região Sudeste, esse tipo de câncer ocupa a sexta posição entre os mais incidentes. Esse tipo de tumor ocorre mais comumente em mulheres acima de 60 anos, mas entre 2 a 5% deles podem ocorrer em mulheres com menos de 40 anos.
Saiba mais sobre sintomas e prevenção:
Câncer de colo de útero
A prevenção primária é a vacinação contra o HPV, disponível contra diferentes subtipos do vírus. Estima-se que a vacina proteja por aproximadamente nove anos, porém há estudos que indicam alta concentração de anticorpos por, no mínimo, 20 anos.
“Quando diagnosticado precocemente, é possível que haja uma redução de até 80% de mortalidade por este câncer. Considerando que o tumor de colo do útero é uma doença com sintomas silenciosos, muitas vezes as mulheres perdem a chance de descobrir a condição ainda na fase inicial. Sempre aconselho as mulheres a realizarem os exames como o Papanicolau periodicamente, para que aumentem as chances da doença ser diagnosticada precocemente”, explica a também oncologista Michelle Samora, do Grupo Oncoclínicas.
Quanto aos sinais, aparecem por meio de sangramento vaginal, seguido de corrimento e dor na pelve.
Quando a doença já se encontra em um estágio mais avançado, a mulher pode apresentar um quadro de anemia devido à perda de sangue, além de dores nas pernas, nas costas, problemas urinários ou intestinais e até perda de peso sem intenção. “Os sangramentos podem ocorrer durante a relação sexual, fora do período menstrual e em mulheres que já estão no período da menopausa”, diz Michelle.
Quando detectado, os procedimentos para o tratamento do câncer são cirurgia, radioterapia e/ou quimioterapia.
Câncer de corpo uterino
O principal fator de risco de desenvolvimento dessa doença é o excesso de hormônio estrogênio, associado à obesidade – já que os tecidos gordurosos são responsáveis pela conversão de androstenediona e andrógenos em hormônio feminino estradiol -, à anovulação crônica – que ocorre em pacientes com síndrome do ovário policístico, por exemplo – , ao uso de terapias de reposição hormonal baseadas em estrógeno – como terapia e reposição hormonal na menopausa -, além de fatores genéticos.
Em mulheres mais idosas, o sintoma mais comum associado a essa doença é sangramento vaginal anormal. Nessas mulheres, esse diagnóstico deve ser pensado e excluído através de investigação ginecológica.